O deputado estadual Carlos Lula (PSB) criticou, nesta quinta-feira (28), a postura do Governo do Maranhão diante do assassinato do motorista de aplicativo Franklin César, encontrado morto em São Luís após estar desaparecido desde domingo (24). O caso gerou uma onda de protestos de motoristas e motociclistas de aplicativo em diferentes pontos da capital e voltou a expor a grave crise da segurança pública no estado.
Segundo Lula, a atitude do governo ao veicular um vídeo institucional em horário nobre sobre o caso foi “um erro grave” que demonstrou mais preocupação com propaganda política do que com a dor da família da vítima.
“O governo conseguiu a proeza de transformar a dor de uma família em marketing político. O texto falava em solidariedade, mas logo em seguida exibiu uma lista de investimentos em viaturas, concursos e reformas de batalhões. Meus amigos, eu pergunto: que solidariedade é essa que não reconhece a tragédia em sua dimensão humana? O que a família de Franklin precisava era de segurança antes de chorar a perda dele”, afirmou Carlos Lula.
O parlamentar destacou que, apesar dos números apresentados pelo governo em propagandas, os dados oficiais mostram o avanço da criminalidade.
“40% de aumento nos homicídios na Grande Ilha ao comparar 2025 com 2024. O Maranhão saiu do 14º para o 6º lugar entre os estados mais violentos do país. É isso que o governo comemora? Enquanto a propaganda fala em investimentos, o povo enfrenta o luto: filhos, pais e irmãos enterrados precocemente”, disse Lula.
Ele lembrou ainda que não se trata de números abstratos, mas de trabalhadores com histórias interrompidas pela violência: “Franklin, Luís Felipe, Sancler, Alexandre, Cleyton e Gleyson — todos motoristas ou motociclistas de aplicativo que tiveram a vida tomada”.
Convocação do secretário de Segurança
Carlos Lula anunciou que, ao lado dos deputados Othelino Neto, Rodrigo Lago e Ricardo Rios, protocolou o Requerimento nº 331/2025, convocando o secretário de Segurança Pública, Maurício Ribeiro Martins, para prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa.
O documento pede respostas sobre:
- Análises de inteligência produzidas antes, durante e após os protestos, incluindo possíveis infiltrações de facções;
- Cadeia de comando e ordens expedidas para o gerenciamento dos atos;
- Providências investigativas sobre a morte de Franklin César;
- Plano de proteção para motoristas e motociclistas de aplicativo, com reforço do policiamento e integração com plataformas digitais;
- Disponibilização de relatórios, imagens, comunicações internas e dados sobre tempo de resposta e efetivo utilizado.
“Gostaríamos que o secretário viesse a este plenário prestar esclarecimentos. Porque, diante do horror que vimos nas últimas horas, ele deu uma entrevista dizendo que o que aconteceu foi ‘atitude política’. Gostaríamos de saber: política de quem?”, questionou Lula.
