O deputado estadual Carlos Lula (PSB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (3), para comentar o julgamento histórico do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, que acontece desde a última terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
“Sabemos que o Brasil já atravessou tempestades na política: vimos o suicídio de Getúlio Vargas, a morte de Tancredo Neves, os impeachments de Collor e Dilma Rousseff. Mas nada, absolutamente nada, se compara ao que vivemos hoje no país”, destacou.
Para o parlamentar, mesmo sem grandes surpresas jurídicas, o primeiro dia de julgamento trouxe recados claros.
“O ministro Alexandre de Moraes foi técnico, mas deixou uma mensagem histórica: pacificação não se confunde com impunidade. Nem ameaças, nem tentativas de obstrução afastarão o STF de sua missão”, afirmou.
Carlos Lula ressaltou que o que está em análise não é apenas uma crise política, mas o exame do maior ataque já articulado contra a ordem constitucional no Brasil.
“A tentativa de golpe, o plano para interromper a ordem democrática, o complô para assassinar autoridades… tudo isso ultrapassa qualquer turbulência do passado. A possível prisão de Bolsonaro não é só um ato jurídico, é um recado histórico: a democracia brasileira não se ajoelha diante de aventureiros golpistas”, frisou.
O deputado finalizou lembrando os eventos que antecederam o 8 de janeiro de 2023 — voto impresso, gabinete do ódio, fake news e a ABIN paralela — e reforçou que a resposta deve vir das instituições.
“Mesmo diante de pressões externas, como a chantagem de Trump contra o Brasil, é preciso deixar claro: os inimigos da democracia não têm fronteiras, mas a resposta do Brasil precisa ecoar mais alto”, concluiu.
