O deputado estadual Carlos Lula (PSB) realizou, nesta quarta-feira (14), uma visita ao terminal da Ponta da Espera, em São Luís, local de embarque e desembarque do ferry boat que faz a ligação entre a capital e municípios da Baixada Maranhense. A inspeção ocorreu diante da sequência de problemas envolvendo as embarcações, que têm afetado milhares de usuários e sido tema frequente de reportagens na imprensa local.
Durante a visita, mais um episódio foi registrado: o ferry Cidade de Araioses voltou a apresentar problemas mecânicos, provocando novo atraso na saída da embarcação e deixando passageiros e veículos à espera.
Carlos Lula destacou a gravidade da situação e questionou a normalização das falhas constantes. “Não é possível que tantos casos envolvendo problemas com ferry boat seja normal. Na semana passada, o ferry Cidade de Araioses encalhou num banco de areia. Uma semana depois, ele tinha quebrado e deixou de acontecer a viagem. Hoje estamos aqui e outro ferry apresenta problemas, atrasando a viagem dos passageiros. Será que isso é normal? Não faz sentido oferecer um serviço tão ruim”, declarou o parlamentar.
Nos últimos dias, a operação dos ferrys tem enfrentado sucessivos incidentes. Na semana passada o ferry Cidade de Araioses encalhou em um banco de areia, interrompendo a travessia. Dias depois, a embarcação apresentou problemas mecânicos, levando ao cancelamento de viagens. Nesta quarta (14), um novo defeito no mesmo ferry causou atrasos no embarque e gerou reclamações entre os passageiros.
Entre os passageiros que aguardavam a travessia estava o maquinista Jordão França, que costuma viajar cerca de quatro vezes por mês para visitar a mãe na Baixada Maranhense.
“Eu deixei de vir de carro, porque esperava em média seis horas na fila para embarcar, e passei a vir de moto porque era mais viável. Agora nem de moto está sendo possível. Além disso, a travessia que normalmente é para ser em uma hora e meia já chegou a durar duas horas e meia por conta de problemas no ferry. Sem falar na compra de passagens, que ficou ainda mais difícil: o único ponto físico é no ferry e pela internet ainda se paga uma taxa de dez reais”, disse.
A espera também afetou passageiros que dependem do serviço para tratamento de saúde. Uma van do TFD (Tratamento Fora do Domicílio), com pacientes da Baixada Maranhense, ficou retida no terminal. Entre os ocupantes estava o estudante Diógenes Alejandro, de 17 anos, morador de Governador Nunes Freire, que veio a São Luís realizar exames pré-operatórios.
“Utilizo o ferry constantemente para vir a São Luís fazer exames e consultas. Quase sempre tenho que enfrentar algum problema relacionado à infraestrutura do ferry. Hoje não foi diferente, estamos esperando o problema se resolver para podermos voltar para casa”, relatou.
Carlos Lula afirmou que seguirá cobrando soluções definitivas para o sistema de transporte aquaviário, considerado essencial para a população da Baixada Maranhense. O parlamentar defendeu que o Estado e as empresas responsáveis assumam suas responsabilidades para garantir segurança, eficiência e dignidade aos usuários.